"This is Gauguin's ultimate masterpiece - if all the Gauguins in the world, except one, were to be evaporated (perish the thought!), this would be the one to preserve. He claimed that he did not think of the long title until the work was finished, but he is known to have been creative with the truth. The picture is so superbly organized into three "scoops" - a circle to right and to left, and a great oval in the center - that I cannot but believe he had his questions in mind from the start. I am often tempted to forget that these are questions, and to think that he is suggesting answers, but there are no answers here; there are three fundamental questions, posed visually.
"On the right (Where do we come from?), we see the baby, and three young women - those who are closest to that eternal mystery. In the center, Gauguin meditates on what we are. Here are two women, talking about destiny (or so he described them), a man looking puzzled and half-aggressive, and in the middle, a youth plucking the fruit of experience. This has nothing to do, I feel sure, with the Garden of Eden; it is humanity's innocent and natural desire to live and to search for more life. A child eats the fruit, overlooked by the remote presence of an idol - emblem of our need for the spiritual. There are women (one mysteriously curled up into a shell), and there are animals with whom we share the world: a goat, a cat, and kittens. In the final section (Where are we going?), a beautiful young woman broods, and an old woman prepares to die. Her pallor and gray hair tell us so, but the message is underscored by the presence of a strange white bird. I once described it as "a mutated puffin," and I do not think I can do better. It is Gauguin's symbol of the afterlife, of the unknown (just as the dog, on the far right, is his symbol of himself).
"All this is set in a paradise of tropical beauty: the Tahiti of sunlight, freedom, and color that Gauguin left everything to find. A little river runs through the woods, and behind it is a great slash of brilliant blue sea, with the misty mountains of another island rising beyond Gauguin wanted to make it absolutely clear that this picture was his testament. He seems to have concocted a story that, being ill and unappreciated (that part was true enough), he determined on suicide - the great refusal. He wrote to a friend, describing his journey into the mountains with arsenic. Then he found himself still alive, and returned to paint more masterworks. It is sad that so great an artist felt he needed to manufacture a ploy to get people to appreciate his work. I wish he could see us now, looking with awe at this supreme painting." Retirado de aqui.
- Rosie Thomas: Only With Laughter Can You Win (2003)
- Margarida Pinto: Apontamento (2005)
- System Of A Down - Mesmerize (2005)
- Nitin Sawhney - Philtre (2005)
- Jack Johnson - In Between Dreams (2005)
- Morphine - The Night (2000)
- Pink Floyd - Atom Heart Mother (1970)
- Rufus Wainwright - Want One (2003)
- Zero 7 - When it Falls (2004)
Eu sei que tenho gostos algo diversificados, mas eu sou assim mesmo! Se se perguntarem a dado momento, mas alguém lhe pediu alguma coisa? É verdade, ninguém me pediu nada, mas ora que diacho! Eu teria eventualmente de escrever alguma coisa. Só por pirraça para essas pessoas que pensam essas coisas de mim, a mim também não me estava a apetecer muito partilhar a minha aprumada playlist convosco (tomem lá!). Para todas as outras pessoas (mãe, eu sei, és a única), obrigado por se interessarem pela minha selecção musical.
O mar anterior a nós, teus medos
Tinham coral e praias e arvoredos.
Desvendadas a noite e a cerração,
As tormentas passadas e o mistério,
Abria em flor o Longe, e o Sul sidério
'Splendia sobre sobre as naus da iniciação.
Linha severa da longínqua costa ---
Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta
Em árvores onde o Longe nada tinha;
Mais perto, abre-se a terra em sons e cores:
E, no desembarcar, há aves, flores,
Onde era só, de longe a abstracta linha.
O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos da esp'rança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte ---
Os beijos merecidos da Verdade.
Fernando Pessoa
Hoje, e na sequência do filme que vi (Before Sunrise, 1995) dei comigo a pensar que sou novo demais para ir trabalhar. Chamem-lhe medo, eu chamo-lhe cedo demais. Eu tenho a sensação obtusa que tenho o mundo para conhecer, e sinceramente acho que as responsabilidades terão de esperar. A condicionante monetária entra obviamente em conflito com todo o problema e o famoso “pinga no fim do mês” pode em certos casos ser imprescindivel. Mas pensem comigo, não será também a minha liberdade intelectual posta em causa quando visto um fato e gravata e vou trabalhar. É certo que deverão haver empregos altamente entusiasmantes, mas o facto dessa escolha nos ser induzida desde que chegamos a meio do curso da faculdade (por volta dos 20, 21 anos), não tornará esse passo um passo embebido de emoções negativas? Parece que ouvimos por toda a parte o sussurro “É inevitável”. As próprias celebraçoes académicas de final de curso sao essencialmente infelizes - significa o fim da vida académica. Isso é sempre mau.
Isto das responsabilidades é deveras interessante. Porque será que a maioria das pessoas da minha idade sente a necessidade de ir visitar o mundo exactamente no ano de transição entre faculdade e primeiro emprego. Será pela necessidade de fugir? Não acho que seja, porque quando fui para a universidade também ia enfrentar um mundo diferente e não senti a necessidade de ir conhecer o mundo. Eu penso que é exactamente nesta idade que nos consciencializamos que quando começarmos a trabalhar, as férias não vão ser para as extravaganças, vão ser para descansar. Mas só tomamos consciência que isso é a realidade (e nisso sou bem tuga) no último momento.
Eu queria verdadeiramente que todos vocês me dessem a vossa opinião sobre este assunto, até porque podemos só aqui em leitores deste blog alcançar várias perspectivas. Há quem esteja dentro do mundo do trabalho, fora, à procura, desinteressados e depois temos o Paulo =)
O que queria que pensassem é no seguinte: os 22 anos (mais ou menos) são ou não uma boa idade para entrar no mercado de trabalho. Não será uma melhor idade para conhecer e explorar, já que temos a consciência de tantas coisas que não tínhamos quando éramos mais novos. Reparem bem nos erasmus que vêm para cá. São todos mais velhos, 23, 24. Ou então a situação da Inglaterra onde o recém-licenciado pode optar por um ano sabático (com bolsa) logo no fim do curso (e mesmo no fim do 12º ano). Será que esta precocidade é boa para as empresas. No extremo, será melhor trabalhar logo aos 22 e ter a reforma um ano mais cedo (em vez de 65 ser aos 66). Será que ai teremos incentivos para ir conhecer o mundo? Acho que vale a pena pensar nisto durante uns minutos. Estou muito curioso para saber as vossas opiniões, mesmo que elas vos pareçam obsoletas. Colaborem!
Estabelecer teorias, pensando-as paciente e honestamente, só para depois agirmos contra elas – agirmos e justificar as nossas acções com teorias que as condenam. Talhar um caminho na vida, e em seguida agir contrariamente a seguir por esse caminho. Ter todos os gestos e todas as atitudes de qualquer coisa que nem somos, nem pretendemos ser, nem pretendemos ser tomados como sendo.
Comprar livros para não os ler; ir a concertos nem para ouvir a música nem para ver quem lá está; dar longos passeios por estar farto de andar e ir passar dias no campo só porque o campo nos aborrece.
in Livro do Desassossego de Fernando Pessoa (pseud. Bernardo Soares)
Hoje queria pensar um pouco sobre a importância de um texto grande no blog. Sim, este tema é pertinente. Se eu fizer um post de uma página muitos jovens o que vão fazer é passá-lo todo para baixo, usando por vezes até a rodinha do rato (scroll). Excluindo a atenuante de haver ratos (modernos) que dá para carregar nessa rodinha para baixo fixando o scroll, o tema de rodar a rodinha é importante. Se um jovem me achar uma seca, o que é normal porque até a minha própria namorada acha (vide o meu último post sobre arte), é normal também que é minha missão preparar esses jovens para o futuro. São o futuro da nação. E aqui reside o busílis dos posts compridos. Ao rodarem a rodinha muitas vezes, os cachopos vão desenvolver o dedo indicador. Exactamente o dedo que serve para apontar, o que serve para indicar, etc. Notem bem que eu até posso estar a treinar os jovens que intervém nas aulas de amanhã (entre nós só talvez chateie o Paulo que deverá ser o único professor de nós).
Haverá então mais para escamotear no assunto de posts compridos? Claro que sim, até porque nesta altura do post (exactamente aqui) eu já posso escrever tudo sobre toda a gente porque ninguém vai ler. Noventa por cento das pessoas ficou na segunda linha. Mas tudo por um bom dedo indicador, e que jeito ele dá ás vezes em situações mais obscuras (fica ao critério de cada um).